terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Ferrán Adriá volta em 2014

Conta o El Pais que hoje o mais famoso chef español vai apresentar seu novo restaurante, que será aberto em 2014. O colunista gastronômico aproveita para fazer uma interessante análise de como esse chef se transformou em celebridade e, consequentemente, a comida em experimentos químicos (link nos favoritos).

Não duvido que o restaurante terá uma lista de espera como a do El Bulli, onde apenas os agraciados com muito dinheiro ou especialistas gastronômicos conseguiam jantar. Me arrisco, no entanto, a dizer que esse tipo de restaurante parece estar no fim dos seus 15 minutos de fama. Em pouco tempo o luxo não será comer uma espuminha ou tortilla desconstruída. Mas comer um frango de casa, vegetais recém colhidos, queijo da região, sobremesas caseiras. Slow food, KM zero e afins.

Enquanto isso, uma sátira ao cozinheiro-celebridade e sua cozinha laboratório. Vai um pelo com sabor de lagosta?

domingo, 23 de janeiro de 2011

Cogumelos recheados


Finger food. As comidinhas que não necessitam prato nem mesa, perfeitas para uma reunião informal com amigos. Ou como entrada de um jantar. Ou talvez como refeição leve, acompanhados de uma saladinha e uma fatia de pão.  Versáteis e fáceis de fazer, os cogumelos recheados são todo um mundo de sabor.  E aceitam novas versões a depender do que se tem em casa e da própria imaginação.  Thank you Krisha , for this wonderful recipe!

Cogumelos recheados
20 cogumelos paris ou semelhantes
200 gramos de cream cheese, de preferência Philadelphia
4 dentes de alho picados pequeninos
Meia xícara de queijo parmesão ralado
Pimenta do reino a gosto
azeite para refogar

Lavar bem os cogumelos, cortar e descartar a pontinha do cabo que normalmente traz terra e delicadamente descolar os cabinhos, reservando-os.  Colocar as copas dos cogumelos num escorredor e picar bem.
Em fogo baixinho refogar o alho com os cabinhos, deixando evaporar toda a água e dourar um pouco. Quando esfrie misturar ao cream cheese, queijo parmesão e pimenta.
Rechear os cogumelos com a mistura e levar ao forno em 180 graus por cerca de 20 minutos ou até que estejam macios (eles soltam uma aguinha e ganham um leve dourado quando estão prontos).



PS- As variações são infinitas sempre que se tome o cuidado de respeitar o delicado sabor dos cogumelos. Krisha adorna cada um com um quadradinho de presunto tapando o recheito. Também se pode acrescentar ao recheio pedacinhos de jamón serrano (presunto curado) ou bacon.  Ou ainda um pouco de gorgonzola e nozes. Com uma receita assim de fácil não falta vontade de experimentar, experimentar e experimentar.


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Bolinho de Arroz



Nas confeitarias portuguesas o que não faltam são bolos: amêndoas, chocolate, queijadas, rocamboles... Apesar da variedade, quando eu morava em Lisboa o meu café da manhã preferido (pequeno almoço por essas terras) era quase sempre o mesmo: café com bolinho de arroz.


Neste fim de semana resolvi fabricar alguns. Pesquisando aqui e ali, roubando parte de receitas portuguesas e experimentando um pouco nasceram 15 bolinhos perfeitos: macios, pouco doces, de textura delicada graças à farinha de arroz, perfeitos para começar o dia o recobrar forças no café da tarde. Seja molhando-os diretamente no café ou cobrindo-os com uma generosa camada de geléia.



Bolinho de arroz

200 g de manteiga amolecida (tirar da geladeira na noite anterior ou colocar os tabletes próximos do fogo um tempinho antes, isso se você não tiver a sorte de estar no verão brasileiro)

250 g de açúcar

4 ovos

175 g de farinha de arroz

175 g de farinha de trigo

1 colher de chá bem cheia de Fermento em pó

100 g de nata fresca

Sumo de 1 limão (coado que caroços não caem bem no bolinho)

Pitada de sal

Açúcar e amêndoas em lascas para polvilhar (as amêndoas são opcionais)



Acenda o forno em 180 graus.

Bata as claras em neve e reserve.

Num bowl junte o açúcar e a manteiga e bata bem. Acrescente as gemas e o suco do limão. Misture as farinhas e a nata. Acrescente o fermento e uma pitada de sal. Por último as claras em neve, misturando bem sem bater muito.

Coloque em forminhas de muffins e polvilhe um pouco de açúcar e as amêndoas em lascas. O açucar forma uma crostinha gostosa e as amêndoas potencializam esse efeito.

Leve para assar por cerca de 20 minutos ou até que o palito de dentes saia sequinho.



quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Merluza a la Gallega

A cozinha galega é conhecida pelo binômio: bons produtos + simplicidade.  É fácil comer bem quando se tem frutas e verduras  que crescem em plantações vizinhas e os melhores mariscos do mundo. A obsessão com o peixe fresco é tanta que os galegos da costa vão ao mercado diariamente para comprar o peixe do dia. Também é comum escutar piadas sobre madrilenhos que comem peixes que em Galícia estariam já há um par de dias no lixo.

Ao chegar a Santiago para viver fui logo recebida por uma Merluza a la Gallega, acompanhada de um belo vinho branco Albariño e pão de lenha. Ao contrário dos mariscos, ela requer um pouco mais de tempero do que a água e sal. E garante um belo almocinho de domingo. Com direito a siesta, claro.

Merluza a la gallega (para quatro)

8 postas de merluza (ou, se não for muito grande, o peixe todo cortado em postas de 2 dedos)
4 batatas grandes
Ervilha fresca (pode ser da congelada)
4 dentes de alho
2 cebolas médias
azeite com fartura
Uma colherzinha de café de pimentón picante ou doce (páprica no Brasil)
4 cenouras pequenas
Louro
Salsinha
1 xícara de café de vinho branco

Coloque água para ferver com sal e uma ou duas folhas de louro mais a salsinha. Coloque para cozinhar a cenoura, as ervilhas e as batatas em pedaços. Costumo cortar a batata grande e cenoura pequena e controlar de perto o tempo para não virar mingau de legumes.

Quando estiver quase cozido coloque o peixe. O tempo de cozimento do peixe é delicado normalmente não passa de dez minutos. Se estiver branquinho e a carne se despreender da espinha facilmente está cozido.

Enquanto o peixe cozinha se prepara a "ajada", o molhinho de alho que dá sabor a vários pratos gallegos. Em fogo lento doure a cebola em rodelas finas com azeite de sobra. Junte o alho e doure também. O segredo é o fogo baixinho e paciência. Quando estiver tudo douradinho, junte o vinho, a colherzinha de pimentón e misture bem.

Para servir escorra a água do cozimento e incorpore o molhinho ao peixe com legumes. A foto não faz jus ao prato mas eu gosto de pensar que sou melhor cozinheira que fotógrafa :)

PS- Não sei bem que tipos de Merluza se podem comprar no Brasil, aqui contam pelo menos oito tipos disponíveis no mercado. Gosto da merluza roja (vermelha) que lembra um pouco o bacalhau (aliás, a merluza e o bacalhau compartem a mesma família de peixes, me esclarece o Google).


quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Bolinho de maçã amigo da consciência


Depois das festinhas de fim de ano, dezenas de jantares, comidas de família (e aqui, além de Natal e ano-novo temos o almoço e jantar de Reis) a consciência anda pesando. Ontem eu segurei a onda e gastei a energia culinária numa acima de suspeitas beringela gratinada com molho de tomate e champignons (bem.. queijo é queijo e não conta como caloria, faz parte da alimentação-base). Hoje deu vontade de bolo.

Deixei meus preconceitos de lado e fui atrás de uma receitinha mais ou menos light, que aproveitasse as suculentas maçãs Golden, sem manteiga ou leite condensado, essas reencarnações do capeta.

O resultado foi muito melhor do que o esperado: um bolinho macio, molhadinho de maçãs que perfumou toda a casa numa mescla de fruta e canela. Que aproveitava a casca das maçãs! E sem peso na consciência.

Bolinho de maçã

3 ovos
1/2 xícara de azeite
3 maçãs (de preferência Golden)
2 xícaras de farinha de trigo
1 1/2 'xícaras de açúcar  (se for possível metade de açúcar mascavo)
1 colher de sopa de fermento em pó
pitada de sal

Acenda o forno a 180 graus.
Lave e descasque as maçãs, reservando as cascas.
Bata os ovos no liquidificador. Acrescente o azeite e as cascas das maçãs.
Num bowl misture o farinha com o açúcar. Acrescente a mistura do liquidificador. Mexa com uma colher de pau e acrescente o fermento e o sal.
Unte e enfarinhe uma forma (o bolo não é muito grande, um retangular de 25 cm cabe e sobra).
Coloque a massa, e cobra todo o bolo com as maçãs cortadas em fatias. Sobre elas polvilhe canela e um pouquinho de açúcar.
Asse por cerca de 40 minutos ou até que o palito saia limpo.

DICA GORDA - Bola de sorvete de creme em cima do bolo quentinho.
DICA MAGRA - Ótimo para acompanhar uma xícara de chá tipo Rooibos.